Planta de hidrogênio verde da Unigel na Bahia será primeira do país em escala industrial
Com novos investimentos, que agora chegam a US$ 1,5 bilhão, companhia poderá produzir 100 mil toneladas anuais do insumo.
Anunciada no ano passado, a primeira fábrica brasileira de hidrogênio verde (H2V) do país receberá novos investimentos, com projeções que chegam a US$ 1,5 bilhão (R$ 7,8 bilhões, na cotação atual), divididos em três etapas. Na primeira delas a empresa está investindo US$ 120 milhões e contará com a tecnologia de eletrólise de alta eficiência da alemã thyssenkrupp nucera.
Único de escala industrial do país, o projeto, que está em processo de implantação no Polo de Camaçari, poderá empregar até 500 trabalhadores durante a construção e vai gerar até 140 empregos diretos e indiretos na operação da unidade, com diferenciais que põem a Bahia e o Brasil em posição de liderança rumo a uma economia descarbonizada.
“Primeiro, a Unigel já tem capacidade de produção de amônia suficiente para dar destino ao hidrogênio verde. Além disso, temos acesso à infraestrutura e fontes de energia limpa e competitiva no Polo Petroquímico de Camaçari. Por fim, a Unigel também opera um dos dois únicos terminais de amônia no Brasil, localizado no porto de Aratu, também na Bahia”, destaca Roberto Noronha Santos, CEO da Unigel.
A Bahia tem potencial para produzir mais de 60 milhões toneladas de Hidrogênio Verde por ano, considerando os potenciais de energia solar e eólica associados à disponibilidade de recursos hídricos subterrâneo e de superfície. Os dados foram levantados pelo estudo pioneiro no país realizado pelo SENAI CIMATEC para o Governo do Estado da Bahia, o Mapa do Hidrogênio Verde do estado da Bahia.
O SENAI CIMATEC, no entanto, terá outras iniciativas para dar suporte ao desenvolvimento da produção de H2V no estado. “Teremos um HUB de Hidrogênio Verde, que vai funcionar no SENAI CIMATEC Park, unidade industrial em Camaçari, onde será desenvolvida pesquisa para a inovação na produção, transporte, armazenamento e aplicações do insumo, e a criação do Centro de Competências do H2V no SENAI CIMATEC, focando na formação de profissionais especializados, com expertise diferenciada”, explica o presidente da FIEB, Ricardo Alban.
Combustível do futuro – Entre as aplicações do insumo estão o uso do hidrogênio na mobilidade, como combustível para diversos tipos de veículos, e como matéria-prima na siderurgia e no refino de petróleo. A amônia verde também deverá ser utilizada como combustível, em especial por navios graneleiros e porta-contêineres e é matéria-prima na fabricação de fertilizantes e acrílicos.
Fases de investimento e implantação da planta da Unigel
• 1
o Investimento: R$ 620 milhões
o Início da produção: final de 2023;
o Capacidade de produção:
▪ Hidrogênio Verde: 10 mil t/ano;
▪ Amônia verde: 60 mil t/ano.
• 2
o Investimento adicional: R$ 2,2 bilhões
o Início da produção: final de 2025;
o Capacidade de produção:
▪ Hidrogênio Verde: 40 mil t/ano;
▪ Amônia verde: 240 mil t/ano.
• 3
o Investimento adicional: R$ 5 bilhões
o Início da produção: final de 2027;
o Capacidade de produção:
▪ Hidrogênio Verde: 100 mil t/ano;
▪ Amônia verde: 600 mil t/ano.