Novas lideranças discutem desafios do setor no V Encontro Nacional dos Jovens Industriais
Quase 200 novas lideranças do setor industrial de 14 estados do país participam, entre os dias 07 e 08 de novembro, do V Encontro Nacional dos Jovens Industriais – Unidos Pelo Futuro da Indústria. O evento, realizado pela primeira vez na FIEB, seu Conselho FIEB Jovem (CFJ), tem como objetivo discutir os desafios industriais, tendências e sucessão, além de fortalecer o Movimento Jovens Industriais.
O evento que, pela primeira vez contou com apoio institucional da CNI, promoveu palestras e debates sobre o Programa Nova Industria Brasil, Inovação, Tecnologias Aplicadas na Indústria e Diversidade. Os participantes conheceram os Ecossistemas Colaborativos e Digitalização na BASF, além de práticas de sucesso de empresas baianas.
“Conseguimos cumprir nosso principal objetivo, que é colocar as novas lideranças da indústria como centro do debate sobre o setor, não só pra que eles se enxerguem assumindo posições no futuro, mas que eles tenham um papel muito importante agora. Falamos sobre muitos assuntos importantes, trocamos experiências, o saldo é muito positivo”, afirma a coordenadora nacional do grupo Novos Líderes Industriais, Diana Castro.
Presente na abertura do evento de forma remota, o presidente da CNI, Ricardo Alban, parabenizou a iniciativa incentivou a convergência entre as novas lideranças e anunciou que um conselho jovem nacional vem sendo estruturado. “Precisamos garantir as sucessões, que dão continuidade e avançam com os negócios, a representatividade e os investimentos na indústria”, disse.
Já o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, alertou que a indústria nacional precisa mudar, pois há grandes desafios que, segundo ele, não serão conquistados com a dependência do governo. “A reconstrução da indústria precisa dos mais novos, da capacidade de fazer diferente. Esta mudança começa nas empresas mas tem que ir além, precisamos do engajamento de vocês nas associações representativas”, convocou.
Participante do painel sobre o NIB, Rafael Luchesi, diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, defendeu que o empresário é um líder social, mas que os empresários do setor industrial precisam se comunicar melhor com a sociedade, para que esta entenda o valor que a indústria tem para o país. “A indústria contribui com cerca de 24% do PIB nacional e com a maior carga tributária, enquanto o Agro representa cerca de 7%, paga muito menos impostos e recebe diversos incentivos”, frisou.
Luchesi enfatizou que o valor do setor produtivo precisa ser enxergado pela sociedade brasileira, cuja economia sofre as consequências de financeirizacao excessiva, que tem lucratividade completamente fora do normal. Ele lembrou que o Brasil vem se desindustrializando há mais de 40 anos, mas que o país tem uma chance história de se industrializar novamente com as oportunidades da transformação energética. “É uma oportunidade única. Precisamos participar do debate, pressionar governos e trabalhar muito para que o país aproveite o cenário”, disse.
Marcelo Lyra, Vice-Presidente de Relações Institucionais da Refinaria de Mataripe, que também participou do painel foi além: “É preciso participar politicamente. Não estou falando de política partidária, necessariamente. Mas, por mas que muitos dos jovens achem chato ou não tenham interesse, os rumos da indústria e o seu desenvolvimento passam pela política”, lembrou.
Durante o evento, também foi lançado o Programa Nacional Novos Líderes Industriais, que será realizado em 2025 pelo IEL nacional com o apoio dos Movimentos dos Jovens Industriais. De acordo com o superintendente nacional do IEL, Paulo Mol, explica que, no Brasil, 9 em cada 10 empresas são familiares, porém muitos empresários revelam a falta de interesse na sucessão por seus herdeiros. “Percebemos que é fundamental olhar para o processo de sucessão, em que deve ser estabelecida uma governança em que as partes envolvidas devem se preparar, pois há aspectos burocráticos e legais, mas principalmente a relação sucedido-sucessor”, pontuou.
O evento contou com o apoio do IEL e do Sebrae, e o patrocínio da FIEB, BASF, Banco do Nordeste, Gráfico Empreendimentos, Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia – SINDIBRITA-BA e Sindicato das Indústrias de Sabões, Detergentes, Produtos de Limpeza em Geral, Aditivos de Uso Industrial e Velas do Estado da Bahia (Saneantes da Bahia).