Núcleos de Acesso ao Crédito chegam a seis cidades do interior

Serviço da FIEB oferece orientação e apoio aos pequenos empresários em busca de crédito para capital de giro e manutenção dos negócios

Interiorizar seus serviços é uma diretriz da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). Além de se aproximar dos associados, o objetivo é contribuir de maneira efetiva para que os serviços disponibilizados pelas entidades do Sistema Indústria possam dar suporte às empresas e favorecer seu desenvolvimento e crescimento.

A mais recente iniciativa da Federação neste sentido foi a expansão dos Núcleos de Apoio ao Crédito (NAC/FIEB) para seis regiões da Bahia. Além de Salvador, Feira de Santana, Ilhéus, Jequié, Vitória da Conquista, Barreiras e Juazeiro passaram a contar com os serviços do NAC/FIEB. O serviço é voltado especialmente para as pequenas indústrias, as que mais precisam de suporte e assessoria técnica.

Para realizar esta expansão a FIEB contou com o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A parceria está contemplada nas ações do Projeto de Apoio à Competividade das Micro e Pequenas Empresas na Bahia, desenvolvido pelas duas entidades.

A implantação de unidades do NAC/FIEB no interior chega em um momento crucial para os pequenos empreendimentos, diante do recrudescimento da crise econômica gerada pela pandemia. A expectativa é ampliar ainda mais os resultados já alcançados em 2020, quando a FIEB atendeu mais de 200 empresas associadas para concessão e solução de problemas relacionados ao crédito.

O resultado deste trabalho foi a liberação de um montante de R$ 10 milhões em 53 operações de crédito, em 2020, resultado da articulação da Federação com instituições parceiras, em especial o Banco do Nordeste, a Sicoob Credifiemg e a Desenbahia.

Lacuna

Para o vice-presidente da FIEB, Sérgio Pedreira, também presidente do Sindicato das Indústrias de Calcário, Cal e Gesso do Estado da Bahia, a iniciativa da FIEB preenche uma lacuna. “O crédito é fundamental para as empresas garantirem capital de giro e aumentarem as vendas. Ter acesso ao crédito por meio dos bancos é um processo difícil, pois nem sempre o empresário consegue as linhas mais atrativas e o gerente do banco também está ali para vender um serviço que nem sempre é o melhor para quem empreende”, destaca.

Para ele, a FIEB assumiu um papel importante, já no início da pandemia, ao oferecer o serviço e, agora, ao ampliar a atuação do NAC/FIEB e disponibilizar uma equipe técnica para orientar os empresários sobre as melhores oportunidades. “O NAC/FIEB também facilita o relacionamento com as instituições bancárias pela força institucional que a Federação representa”, reforça Pedreira.

Interiorização

O empresário de Feira de Santana, João Baptista Ferreira, vice-presidente da FIEB, também destaca que a interiorização do NAC/FIEB traz como principal benefício tornar este serviço mais próximo do empresariado, que agora não precisa mais se deslocar até a capital. “Tratávamos diretamente com as instituições bancárias e não contávamos com este apoio local, que era o que estávamos precisando para facilitar o acesso ao crédito aos empresários”, explica. Segundo João Baptista, há uma grande demanda por este serviço e a assessoria do NAC chega para somar.

Gentil Pires, representante da FIEB em Ilhéus, também vê como positiva a iniciativa. “Os empresários da região têm uma expectativa muito boa, tendo em vista esta facilidade de acesso ao crédito”.

Capital de giro

Por meio do Núcleo de Acesso ao Crédito da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (NAC/FIEB), o empresário é orientado sobre as várias linhas disponíveis com condição melhor do que o que é oferecido normalmente no balcão dos bancos. Um exemplo disso é a parceria com a Sicoob Credifiemg.

O empresário Waldomiro Araújo Filho, proprietário da WUniformes, do segmento têxtil, foi um dos que negociaram operações de crédito por meio da Sicoob Credifiemg. “O NAC talvez seja uma das ações mais importantes da FIEB porque o crédito no Brasil é uma via crucis”, sintetiza o empresário. Ele critica o excesso de burocracia, contrapartidas não republicanas e exigências de contratação de seguros. “O pequeno empresário nunca consegue tomar um crédito de qualidade se não for agregado a um serviço que não interessa para ele”, detalha Araújo.

Por meio do NAC/FIEB, Waldomiro Araújo conseguiu obter uma linha de crédito da cooperativa Sicoob Credifiemg. Para ele, é estratégico para o setor industrial manter parcerias com cooperativas de crédito. Os recursos captados pelo empresário foram aplicados na recomposição do estoque de matéria-prima. “Estamos enfrentando uma dificuldade na indústria têxtil diante da falta de matéria- prima – o prazo de entrega dos fornecedores vai de 70 a 90 dias. Não há outra alternativa a não ser fazer estoque e este crédito nos possibilitou fazer a recomposição para garantir que nossa atividade continue operando”, conta o empresário.

Assessoria especializada

Por meio do NAC, a FIEB presta uma assessoria especializada para os empresários industriais e contribui para sanar possíveis entraves burocráticos e a encurtar caminhos a partir de uma assessoria técnica especializada. Para Ana Paula Almeida, gestora do NAC, o acesso ao crédito para as micro e pequenas indústrias tem sido uma forma de driblar as dificuldades econômicas impostas pela pandemia. “O crédito é crucial para suprir as necessidades do dia a dia, girar o negócio e ampliar perspectivas de investimento, em especial, na manutenção e expansão das atividades industriais”, destaca Ana Paula.

Além do acesso ao crédito, o gerente da Unidade de Projetos Especiais Mercado e Internacionalização do Sebrae Bahia, Vitor Lopes, ressalta a importância de o empresário, aliado ao acesso a crédito, ter também acesso a capacitação para que possa aplicar o recurso da melhor maneira. “Sabemos da relevância do crédito para as micro e pequenas empresas, sobretudo nesse período de pandemia. Nesse sentido, a aproximação entre as instituições financeiras e o empresário é fundamental”, pontua.

Infraestrutura

Para viabilizar o atendimento, foram contratados sete profissionais para atuar no NAC/FIEB em cada uma das cidades. A equipe recebeu treinamento para realizar atendimentos, visita a empresas, interlocução com instituições financeiras e orientação aos empresários nas regiões.