Lideranças da Construção Civil debatem números e desafios do setor no Norte e Nordeste
Evento destacou papel estratégico do Nordeste e da Bahia na construção civil brasileira, além de discutir perspectivas econômicas e caminhos para o futuro do setor.

A Constru Nordeste recebeu, nesta quarta-feira (15), o 3º FICONN – Fórum de Industrialização da Construção Civil no Norte e Nordeste, que reuniu lideranças da da cadeia produtiva da construção civil nacional. O evento promoveu um debate qualificado sobre os atuais cenários, os desafios e as perspectivas para o setor, com atenção especial à região Nordeste, que vem ganhando cada vez mais protagonismo na economia da construção.
Com participação de lideranças como Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), e Ieda Vasconcelos, economista da entidade, o FICONN se consolidou como um espaço estratégico para compartilhar conhecimento, dados de mercado e estratégias para impulsionar o desenvolvimento da construção civil.
Correia reforçou a importância de encontros como o FICONN para aproximar os empresários da realidade do mercado e preparar o setor para os próximos passos. “Temos boas perspectivas em áreas como infraestrutura e habitação, mas os desafios são grandes. Precisamos atuar juntos. Estimamos que o Brasil terá de aplicar R$ 500 bilhões por ano, durante a próxima década, para atender às demandas do setor”, afirmou.
Já presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, destacou a importância da união entre setor produtivo, entidades e lideranças para fomentar inovação, eficiência e crescimento sustentável. “A FIEB tem procurado apoiar no que lhe compete. Esse trabalho conjunto tem como missão propiciar ao setor novos conhecimentos, ajudando as nossas empresas a crescer e competir em alto nível”, afirmou.
Nordeste em Destaque
Os dados apresentados durante o fórum reforçam o peso crescente do Nordeste no cenário nacional. Segundo a CBIC, a região responde atualmente por 16,5% da atividade da construção civil no Brasil, sendo a Bahia o estado mais representativo, com 5,4% da produção nacional e cerca de 30% da produção nordestina.
Além disso, a Bahia foi destaque na geração de empregos: nos últimos cinco anos, o estado liderou a criação de novos postos de trabalho no setor, com quase 12 mil vagas abertas apenas neste período. Salvador, por sua vez, aparece como o terceiro maior mercado do Nordeste, atrás apenas de Fortaleza e João Pessoa, com um mercado imobiliário em plena expansão.

Cenário Econômico e Desafios
A economista Ieda Vasconcelos apresentou um panorama otimista, embora com ressalvas. De acordo com ela, o PIB da construção civil cresceu 1,8% no primeiro semestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano passado, e a projeção final para o ano é de 2,3%.
“O mercado de trabalho mostra resiliência, com a menor taxa de desemprego desde 2012 e aumento no rendimento médio dos trabalhadores ocupados. No entanto, a inflação ainda está acima do teto da meta e o país enfrenta a segunda maior taxa de juros do mundo, o que representa um entrave para o crédito e os investimentos”, destacou.
O consultor da Brain Inteligência Estratégica, Anderson Gonçalves, apresentou indicadores imobiliários que apontam um setor aquecido: foram vendidas cerca de 420 mil unidades habitacionais no país nos últimos 12 meses, com Salvador mostrando um crescimento consistente.