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3 de março de 2023

População aprova mudanças trazidas pelo Novo Ensino Médio

Escola SESI SESI
Turma do Novo Ensino Médio de 2021 Foto: Betto Jr./Coperphoto/Arquivo Sistema FIEB 18/11/2021

Da Agência CNI e Gerência de Comunicação Institucional da FIEB

Pesquisa do SENAI e do SESI revela que menos de 15% dos brasileiros acham que hoje o jovem sai preparado para faculdade ou mercado de trabalho. Embora pouco conhecidas, medidas são bem aceitas

O novo ensino médio começou a ser implementado nas escolas públicas e privadas do país, no ano passado, de forma escalonada, até 2024. Apesar de a população estar pouco informada sobre o modelo, mais de 70% dos brasileiros aprovam as principais diretrizes, incluindo a escolha dos itinerários e novo modelo de currículo. A possibilidade de o estudante fazer um curso técnico é aprovada por 9 em cada 10 pessoas.

A pesquisa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Social da Indústria (SESI) ouviu 2.007 brasileiros em abordagem domiciliar em dezembro de 2022. Os resultados são representativos da população com mais de 16 anos e a margem de erro é de 2 pontos percentuais. O material, que traz a percepção sobre a educação no Brasil, será divulgado em três etapas (1 – Novo Ensino Médio, 2 – Ensino Técnico e 3 – Evasão e prioridades).

SESI Bahia foi pioneiro na implantação do novo ensino médio

Na Bahia, na Rede SESI de Educação, a oferta do novo ensino médio já é realidade desde 2018. Em 2022, com base nos resultados, passou a ser oferecidos para todas as turmas de 1ª série. “Temos convicção de que o novo ensino médio possibilita aos jovens uma educação de qualidade com atendimento às suas aspirações acadêmicas e às exigências e desafios do mundo do trabalho”, explica a gerente de Educação e Cultura do SESI Bahia, Cléssia Lobo, lembrando que tem sido uma experiência “positiva e desafiadora”.

Atualmente, a Rede SESI tem 5.249 estudantes matriculados em turmas que seguem os requisitos do novo ensino médio. Destes, 960 seguem o itinerário da educação profissional oferecido em parceria com o SENAI Bahia.

Para atender as diretrizes das áreas de conhecimento e competências descritas no Currículo da Rede SESI de Educação e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e Diretrizes Curricular Referencial da Bahia (DCRB), o SESI tem investido não apenas na formação do corpo docente como na oferta de espaços e ambientes de aprendizagem dentro da instituição escolar que consigam promover a execução das etapas em cada ano letivo.

De acordo com Cléssia Lobo, o novo ensino médio busca desenvolver o protagonismo do estudante na construção de seu conhecimento, integrada ao seu projeto de vida, permitindo desenvolver competências e habilidades que fortaleçam suas aprendizagens para o ingresso na universidade e para os desafios do mundo contemporâneo e profissional. “Observamos que os estudantes puderam aprofundar e ampliar os conhecimentos em temas relacionados ao mundo do trabalho e à sociedade, refletindo sobre os problemas dentro da comunidade em que estão inseridos e propondo soluções inovadoras, tornando-se um agente ativo no processo de aprendizagem e de construção dos seus objetivos”, complementa.

Ensino médio não prepara para o ensino superior nem para o mercado de trabalho

A boa aceitação das mudanças vem acompanhada do fato de que o ensino médio é a segunda etapa escolar com pior avaliação no que diz respeito à qualidade. A alfabetização aparece em primeiro, com 20% dos entrevistados a avaliando como ruim ou péssima, seguida pelo ensino médio, com 14%. O ensino fundamental tem 13%; creches, 11%; ensino técnico e ensino superior, 8%; especialização/pós-graduação, 7%.

“A percepção da maior parte dos brasileiros converge com todas as avaliações do ensino médio. Temos um ensino de baixa qualidade, com altos índices de evasão e distorção idade série, que não engaja nem dialoga com os anseios da juventude e os desafios do século XXI. Mesmo pouco informada sobre a reforma do ensino médio, a sociedade concorda que as mudanças são necessárias”, observa o diretor-geral do SENAI e diretor-superintendente do SESI Nacional, Rafael Lucchesi.

A última etapa da formação básica deve preparar os jovens para o início da trajetória profissional. Mas, para a maioria dos brasileiros, isso não tem acontecido: 57% acreditam que os estudantes concluem a educação básica pouco ou nada preparados para o ensino superior. Só 1 em cada 10 (13%) acha que o aluno sai bem preparado.

Quando a pergunta é se o ensino médio prepara para o mercado de trabalho, o índice se repete: 57% acham que prepara pouco ou nada, sendo que, entre os entrevistados com ensino superior, o percentual aumenta para 71%. Só 14% dos brasileiros – 4% de quem tem nível superior – avaliam que o estudante termina o 3º ano preparado para ingressar no mundo do trabalho.

Confira a sonora do diretor do SENAI e do SESI, Rafael Lucchesi

Entenda tudo que muda no Novo Ensino Médio

Expectativas com o novo modelo

A percepção de que o ensino médio não tem cumprido seu propósito e a avaliação positiva das principais mudanças previstas no novo modelo se desdobram em expectativas. Entre quem está muito informado ou informado sobre o novo ensino médio, 55% acreditam que o potencial para melhorar a formação do aluno é grande ou muito grande. Na população geral, esse índice é de 40%.

Além disso:

O SENAI e o SESI

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI) foram criados em 1942 e 1946, respectivamente, como uma rede nacional responsável por iniciativas de apoio ao setor industrial brasileiro na área de educação profissional e básica, inovação, tecnologia, saúde e segurança no trabalho. Integram essa rede ainda a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), as federações estaduais da indústria dos 26 Estados e do Distrito Federal, além de 1.280 Sindicatos Patronais Industriais.

Hoje o SESI conta com mais de 400 escolas e 200 mil alunos de ensino infantil, fundamental, médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2018, a rede foi pioneira na implementação do novo ensino médio, em parceria com o SENAI. Desde então, já passaram pelo modelo mais de 50 mil alunos. Em 2022, foram 28.517 mil matrículas do 1º ao 3º do ano do novo ensino médio.

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