Oportunidades para a indústria têxtil e de confecções são discutidas em Congresso da ABIT
Com produção de R$ 203,8 bilhões em 2023, a indústria têxtil e de confecções do Brasil representa 5,9% do valor da produção da indústria de transformação nacional. São mais de oito bilhões de peças confeccionadas e dois milhões de toneladas de têxteis produzidas anualmente. Os números mostram a dimensão do setor, que está sendo discutido no 9º Congresso Internacional da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), realizado no SENAI Cimatec.
Responsável por 757 mil empregos diretos, o que representa 9,7% dos empregos da indústria de transformação brasileira, o setor enfrenta dificuldades com o aumento das importações. Diante deste cenário, o congresso internacional traça um panorama da cadeia produtiva de têxtil e confecções, abordando as potencialidades e desafios.
“Temos muitos desafios e o principal deles é o Custo Brasil, que pode se traduzir, através de estudo realizado pelo Movimento Brasil Competitivo, em algo como R$ 1,7 trilhão a mais de custos anual para produzir no nosso país, quando comparado com a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Vários elementos compõem esse Custo Brasil: a carga tributária, a complexidade burocrática, deficiência de infraestrutura. Mas o importante é que temos identificados esses problemas e estamos atuando com o governo federal, os governos estaduais, as prefeituras para resolver essas questões”, ressaltou o diretor-superintendente e presidente emérito da Abit, Fernando Pimentel.
A Bahia, estado onde surgiram as primeiras indústrias do setor, no século XIX, o setor representa atualmente 4,6% da receita total da indústria de transformação do estado. Com produção de R$ 9,5 bilhões no ano passado, o setor têxtil e de confecções produz 150,8 mil toneladas de têxteis e 268,3 mil peças por ano. Mas a cadeia produtiva ainda tem potencial a ser explorado.
O estado é segundo maior produtor de fibras de algodão do país e disponibilidade de 615 mil toneladas de pluma para a produção têxtil. “Precisamos agregar valor a esse algodão, que boa parte ou quase todo é exportado e transformar em produtos, desde o fio, do tecido, da confecção, juntando com outras fibras. Se tudo isso está aqui na Bahia, nos cabe buscar o modelo empresarial, econômico e políticas de governo para tornar isso realidade”, defendeu o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos.
O governador Jerônimo Rodrigues falou sobre a importância de seguir com a pauta de exportação do algodão, mas também adensar a cadeia produtiva têxtil da Bahia. Neste sentido, ele sinalizou a elaboração de um estudo sobre o setor têxtil e de confecções no estado. “Para que a gente possa investir com segurança, para que o governo consiga gerar emprego, gerar renda, levar a marca da Bahia para outros cantos do Brasil e do mundo, a gente precisa ter estudo, ter conhecimento. Por isso haverá uma apresentação de um estudo, um diagnóstico sobre a cadeia produtiva da indústria têxtil e de confecções, que nos apontará para onde é que os municípios, que o Estado, que a União, que os empresários poderão caminhar”, afirmou.