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25 de novembro de 2022

Líderes da MEI projetam rumos da inovação industrial

CIMATEC CNI FIEB Inovação P&D

O futuro da inovação na indústria e para onde devem ser direcionados os investimentos em inovação estiveram no centro dos debates do encontro do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), realizado nesta sexta (25), no SENAI Cimatec, em Salvador.

“Este fórum vem atuando para alavancar a inovação no Brasil, tanto na articulação com governo, academia e o próprio setor produtivo, assim como apontando caminhos para o empresariado”, disse o presidente da CNI, Robson Andrade, na abertura da reunião.

Mediado pelo presidente do conselho de administração da Ultrapar, Pedro Wongtschowki, o encontro debateu dois grandes temas: Política de C, T&I: principal estratégia para o futuro da indústria brasileira e Ecoinovação: a agenda da Indústria brasileira. “O desenvolvimento do Brasil depende do avanço da ciência, inovação e tecnologia e indústria deverá caminhar junto das soluções para garantir segurança alimentar, energética e climática para o país”, afirmou.

Nas boas vindas aos executivos, o presidente da FIEB, Ricardo Alban, citou dois dos temas que estarão no foco dos investimentos das indústrias nos próximos anos: transição energética e novas cadeias globais de valor. “São assuntos do dia, dado que o sistema atual de produção não é compatível com as metas sociais e ambientais”, afirmou.

Para o membro do conselho de administração da Klabin, Horácio Piva, o Brasil precisa encontrar novos rumos para produtos de origem biológica, mesmo diante do desafio da escassez de recursos para a inovação. “A nossa condição geopolítica pode ser ativo importante neste processo”, pontuou.

Pedro Passos, cofundador e copresidente do conselho de administração da Natura, foi enfático ao dizer que o Brasil precisa acabar com o desmatamento, principalmente o ilegal e criar mercado de carbono para poder “se qualificar no debate internacional, para fazermos parte deste novo mundo, desta nova economia, tratando dos assuntos que são do nosso interesse”.

 “Apesar dos desafios, o Brasil tem condições de tornar-se a nova ‘green power house’ (casa da energia limpa) do mundo, mas precisamos também garantir que questões elementares, como saneamento, sejam resolvidas. É necessário um esforço conjunto para alcançarmos estes objetivos”, instou Antônio Carlos Lacerda, vice-presidente sênior da Basf para a América do Sul.

Para o vice-presidente sênior da Siemens Energy para a América Latina, André Clark, o setor tem todas as razões para estar otimista com o país. Ele defendeu que frente à uma crise energética sem precedentes no cenário global, o Brasil tem o segundo petróleo do mundo mais descarbonizado do mundo, tem a energia eólica mais barata do planeta e será a maior democracia global como potência energética. “Dói à Europa depender de regimes autocráticos para obter energia. Sem dúvida, a América Latina será a maior fornecedora de energia renovável do globo”, destacou.

No âmbito de uma política de estado para C,T&I, Franklin Luzes Junior, vice-presidente de inovação, transformação e novos negócios da Microsoft do Brasil, Marco Branquinho Junior, diretor-presidente da Companhia de Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira e Luís Carlos Affonso, vice-presidente de engenharia, tecnologia e estratégia corporativa da Embraer lembraram que faltam crédito e linhas de financiamento para a inovação industrial no país.

Para o mediador Pedro Wongtschowki, o mercado de capitais brasileiro também não responde como poderia. “Há articulações que funcionam bem nos EUA e podem funcionar aqui, isso ajudaria a superar alguns degraus, como desafio de comercialização pioneira, afirmação de marcas, e suporte de mercado nos processos de inovação das empresas”, acrescentou.

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