Tecle ENTER para pesquisar ou ESC para sair

NOTÍCIAS

8 de março de 2024

Iniciativas na educação aproximam meninas da ciência

Educação Iniciação Científica Robótica SESI

Metodologias adotadas pela Escola SESI têm despertado o potencial de jovens alunas para as áreas STEM

Robótica motiva estudantes a desenvolverem postura inovadora. Foto: Jefferson Peixoto/Coperphoto/Sistema FIEB

O número de mulheres em ocupações STEM (da sigla em inglês Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) no mercado de trabalho formal tem crescido nos últimos anos. Um levantamento elaborado pelo Observatório Nacional de Indústria mostra que, no Brasil, entre 2008 e 2021, a presença feminina cresceu 58% em cargos nestas áreas. Na Indústria, o percentual sobe para 68,4%.

Muitos fatores contribuem para este avanço. Entre eles, está a adoção de metodologias educacionais que aproximam as jovens destas áreas do conhecimento. “Trazer, para o espaço da escola, ambientes de aprendizagem que fomentem, para as meninas especialmente, o estudo prático e teórico da ciência e da tecnologia é muito significativo. Na nossa sociedade ainda existe essa crença limitante das questões de gênero, que fazem com que as meninas cheguem à escola sem acreditar que essas áreas de conhecimento são para elas”, pontua a superintendente executiva de Educação e Cultura do SESI Bahia, Cléssia Lobo.

Nas escolas da Rede SESI Bahia de Educação, esse movimento existe há algum tempo. Há quase 20 anos a instituição apostou na robótica educacional como metodologia de ensino, propondo um ambiente de aprendizagem que motivasse os estudantes a desenvolverem uma postura inovadora, utilizando a tecnologia para resolver problemas reais.

Catharina Leite e Ana Beatriz Silva integram equipe que vai representar o Brasil em competição mundial de róbótica. Foto: Divulgação SESI

Foi esse universo de descobertas que atraiu Ana Beatriz Silva, quando ainda era estudante do 8º ano do ensino fundamental na Escola SESI Reitor Miguel Calmon. De lá para cá, ela passeou por diferentes modalidades da robótica. Atualmente a estudante cursa o 3º ano do Ensino Médio e faz parte da equipe Sevenspeed, vencedora do torneio nacional de robótica educacional Festival SESI de Educação 2023-2024 na categoria F1 in Schools e que vai representar o país no mundial de F1 in Schools.

“Minha jornada na robótica abriu diversas portas para eu conseguisse explorar diferentes áreas da tecnologia que são tradicionalmente dominadas por homens. Ao mergulhar nesse campo, descobri um ambiente que é inclusivo e que desafia estereótipos de gênero. A experiência me inspirou a quebrar barreiras de gênero, mostrando que a paixão e a dedicação são os verdadeiros impulsionadores de sucesso em qualquer setor tecnológico”, pontua a estudante.

Também integrante da Sevenspeed, Catharina Leite descobriu a robótica aos 12 anos, no 6º ano do Ensino Fundamental II. “Nunca tinha tido acesso à robótica educacional, às ocupações STEM. Descobri no SESI e graças a elas aprendi habilidades como gestão de projetos e gestão de finanças, e pretendo seguir nessa área”, conta a jovem, que atualmente faz curso técnico em Logística no SENAI CIMATEC.

Elas são maioria na iniciação científica

Daniela de Paula e Franciele da Silva desenvolveram projeto para analisar a qualidade dos combustíveis. Foto: Divulgação SESI.

Outra iniciativa da Escola SESI que também contribui para aproximar as estudantes das áreas do conhecimento STEM é a iniciação científica. Atualmente, elas são maioria no Programa de Iniciação Científica da Rede. “Nos últimos anos o percentual de meninas da Iniciação Científica tem permanecido por volta de 60% em nosso programa. Esse é um dado importante que evidencia a busca pela produção científica na escola em todas as áreas do conhecimento. Nosso permanente desafio é garantir que as estudantes se sintam acolhidas em todos os espaços, reconhecidas em suas competências e habilidades, além de contribuir para que possam se desenvolver de forma autônoma para que possam ocupar diferentes espaços na sociedade e no mundo do trabalho”, comenta a especialista em Educação Científica do SESI, Fabiane Santos.

Alunas da Escola SESI Reitor Miguel Calmon, Daniela de Paula e Franciele da Silva fazem parte do programa e estão contando os dias para participar da 22ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), considerada um dos principais eventos científicos pré-universitários do Brasil. O projeto desenvolvido por elas é um dos cinco finalistas da Escola SESI que serão apresentados no evento científico entre os dias 18 e 22 de março, em São Paulo.

Com o projeto SMAC – Sistema de medição de adulteração de combustível, elas desenvolveram um equipamento capaz de identificar se o combustível está ou não adequado para uso. “Nosso projeto envolve áreas como química e engenharia. Através dele nos aprofundamos em conhecimentos do nosso curso, que é Biotecnologia, mas também em conhecimentos de programação em várias linguagens que nos aproximaram da área de tecnologia”, relata Daniela, que também faz curso técnico em Biotecnologia no SENAI.

Já Franciele da Silva conta que, com a iniciação científica, desenvolveu habilidades e descobriu a área do conhecimento que pretende atuar. “Abriu a minha visão para o caminho que quero seguir, que é a área de ciências da natureza. Para o projeto, pesquisei bastante sobre química e, como já fazia o curso de Biotecnologia, me vi gostando demais do que estava fazendo”, explica.

Notícias relacionadas