Com Hidrogênio Verde, Bahia anuncia atração de investimentos e aposta em energias limpas
Nesta terça-feira (12), foi lançado o Plano Estadual para Economia de Hidrogênio Verde na Bahia, o que coloca o estado na vanguarda dos investimentos que permitirão a substituição de combustíveis fósseis por energias renováveis no país. O evento foi realizado no Salão de Atos da Governadoria e contou com a presença do Governador Rui Costa, secretários e empresários do setor.
Na solenidade, foi assinado o contrato para a Elaboração de Estudos para o Desenvolvimento da Economia do Hidrogênio Verde (H2V) no estado da Bahia, por meio de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE) e o Senai Cimatec.
O que é Hidrogênio Verde
O hidrogênio verde é uma fonte de alta densidade energética e de carbono nulo, produzido a partir de fontes renováveis: eólica, solar, hidráulica, biomassa ou biogás. De acordo com as projeções da Agência Internacional para as Energias Renováveis – Irena, feitas em 2019, a fonte poderá representar 18% de toda energia consumida globalmente e se tornará competitivo, em relação ao de origem fóssil, antes de 2025.
Um dos meios para a produção do hidrogênio verde é a eletrólise, processo químico que quebra as moléculas da água em hidrogênio e oxigênio através da eletricidade, sem emitir dióxido de carbono na atmosfera. Após a separação, o gás está pronto para ser distribuído para as indústrias. Outro processo que pode ser utilizado é a gaseificação e reforma da biomassa com captura de dióxido de carbono (CO2), o que permite a produção dos e-combustíveis, sintéticos renováveis.
O Secretário do Desenvolvimento Econômico (SDE), Paulo Guimarães, acredita em um novo momento econômico para o estado a partir de agora. “A nova vertente do Desenvolvimento da Bahia passará pela desfossilização da indústria brasileira, ou seja, substituir combustíveis de origem fóssil por combustíveis sintéticos, a partir de energia limpa com o hidrogênio verde. Para isso, o Senai Cimatec, que é o mais importante centro de tecnologia, vai avaliar este estudo e nos mostrar o caminho para traçarmos metas e atingirmos patamares ainda maiores no que diz respeito à produção de energia no estado”.
A necessidade de redução da emissão de gás carbônico torna urgente o investimento em fontes renováveis e sustentáveis capazes de abastecer a indústria. “O que já sabemos é que estado da Bahia se consolida como um dos primeiros na produção de energia eólica e solar atendendo a todos os protocolos internacionais para a geração de um futuro sustentável”, afirmou a secretária Estadual do Meio Ambiente, Márcia Telles.
Trabalho de longo prazo
Criado por Decreto, em dezembro de 2021, um grupo de trabalho foi formado para que a Bahia tenha uma política de investimentos ligados ao Hidrogênio Verde. Além das secretarias de Desenvolvimento Econômico e do Meio Ambiente, participam as pastas de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), da Fazenda (Sefaz), de Infraestrutura (Seinfra), da Casa Civil e o Senai Cimatec. Um protocolo de intenções foi assinado pelo Governo com a Unigel Agro para implantação de uma unidade industrial de produção de H2V e Amônia Verde no Polo Industrial de Camaçari.
Mais competitividade e tecnologia
Entre os outros projetos lançados nesta terça-feira estão o “Empresa 4.0” e os Institutos Estaduais de Referência em Ciência e Tecnologia da Bahia (Incite). Os dois somam com investimentos de mais de R$ 40 milhões. Já a Empresa 4.0 trata do incentivo à inovação e transformação digital nas empresas com atuação na Bahia. Isso significa aumento de produtividade e competitividade para 220 empresas de diferentes portes com uso de novas tecnologias.
Foi lançado ainda o Programa Bahia Competitiva, composto por 5 projetos e 14 subprojetos de inovação tecnológica em áreas como saúde, educação e desenvolvimento econômico. As iniciativas de fomento serão geridas em parceria pela secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).
“E aqui nós lançamos mais editais, que podem ser feitos com o Senai ou com outros centros de pesquisa ligados às universidades e escolas de ensino técnico, incentivando o investimento na indústria 4.0 e em pesquisas de uso e aperfeiçoamento de cada setor produtivo.”, destacou o Governador Rui Costa, ao explicar a importância dos atos para o futuro sustentável da Bahia.
Para o presidente da FIEB, Ricardo Alban, os protocolos assinados estão diretamente relacionados à ESG (abreviação para “Environment, Social & Governance.” Em português, utiliza-se a sigla ASG – Ambiental, Social e Governança) e ao conceito de Economia Circular, que agrega valor e uma outra visão aos negócios.
Ele aproveitou para anunciar que o SENAI Cimatec, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, vai ganhar um Centro de Economia Circular. “Isso deverá contribuir bastante para esta sinergia de investimentos de tantos empresários, tanto na reciclagem, energia eólica, hidrogênio verde, amônia, e tantos outros”, afirmou.
A SDE também assinou protocolos de intenções com empresas interessadas na implantação de empreendimentos voltados para a geração de energia elétrica a partir de fontes eólicas e solar, bem como de unidades industriais voltadas para a fabricação de calçados, resinas plásticas e derivados de cacau.
Por Leiliane Fláu/GOVBA.