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31 de março de 2025

“Imprevisibilidade econômica gerada por Trump impacta o mundo todo”, afirma Roberto Gianetti da Fonseca

Comércio Exterior Conselhos FIEB Economia FIEB
Encontro do Comex aconteceu na sede da FIEB. Foto: Sistema FIEB.

Convidado especial da Rodada de Diálogos do Conselho de Comércio Exterior (Comex) da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), realizada na última sexta-feira (28), o economista, escritor e especialista em Comércio Exterior, Roberto Giannetti da Fonseca falou sobre a transição geopolítica e o comércio global – riscos e oportunidades para o Brasil.


Fonseca destacou ainda o processo de reversão geopolítica, em que aliados e adversários estão se reconfigurando após o presidente americano assumir o poder, fazendo com que o mundo se divida entre democratas e autocratas. “Não se pode negar que Donald Trump se aproxima do grupo dos autocratas, com Putin. Suas medidas unilaterais e protecionistas afetam taxas de câmbio, acesso a mercados e tarifas, trazendo insegurança para os negócios aqui e lá fora”, cravou.

Fonseca (de azul, no centro da imagem) com os membros do Comex e a gerente do Centro Internacional de Negócios, Patrícia Orrico.


Roberto Giannetti da Fonseca tem larga experiência em comércio exterior e relações internacionais, tendo sido presidente da Cotia Trading, secretário executivo da CAMEX – Câmara de Comércio Exterior no governo de Fernando Henrique Cardoso, dentre tantas outras incumbências, como ex-presidente da FUNCEX – Fundação Centro de Estudos de Comércio. É autor dos livros ‘Memoriais de um Trader’ (2022) e ‘Penúltimas Memórias’ (2023). No encontro na FIEB, ele também autografou seu recente livro sobre o comércio exterior, ‘Penúltimas Memórias’.


De acordo com o presidente do Comex, Wilson Andrade, que também preside o Sindifibras, o Conselho tem promovido diversos eventos, abordando as disputas e acordos no cenário geopolítico global, especialmente as ações de EUA, China, Rússia e Europa. “A Bahia, como todos os países produtores, deve procurar os setores onde tem mais vantagem competitiva. E nós podemos citar um exemplo de competitividade que é o setor florestal, cujos investimentos crescem de forma acelerada no Brasil. Os investimentos florestais significam mais empregos qualificados, capacitações permanentes, tecnologia, renda, impostos e contribuições sociais e ambientais de elevada significância – contribuindo com a desconcentração da economia. Com capacidade própria de investimento e com alta tecnologia de ponta, é um setor de bioeconomia em larga escala, que produz sustentavelmente mais de 5 mil itens de uso cotidiano”, explica.


Para o vice-presidente do Conselho, Caio Zanardo, o Comex é essencial para as empresas que participam e percebem a importância de o comércio exterior brasileiro estar antenado com as questões mundiais. “A fala de Roberto Fonseca é muito importante para entender justamente a transição geopolítica e o papel do Brasil nesse comércio global. Quais são os riscos e oportunidades que a gente pode ter para o Brasil se posicionar. Percebemos que o Brasil é um país continental, mas podemos atuar localmente. Não é a primeira vez que a gente passa por turbulências, momentos de redefinições geopolíticas, e estar antenado ao que está acontecendo vai nos favorecer a trazer maiores benefícios possíveis desse comércio internacional”, disse Zanardo que é também diretor- presidente da Veracel.


“O momento no qual vivemos em todo o mundo requer de todos nós, além de muita consciência, muita reflexão. Os conflitos bélicos e a polarização política global, acirram a instabilidade geopolítica, trazendo grande apreensão para as nações de todo o planeta. No âmbito do Comex, vimos ampliando essa discussão com o intuito de podemos aportar nas discussões os mais diversos pontos de vista”, acrescenta César Meireles Reis, mestre em administração pela UFBA, com larga experiência em logística e comércio exterior; cofundador e ex-presidente da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL), é membro do Comex e sócio-diretor da TALENTLOG Consultoria.


“O momento atual aponta para crescentes dificuldades globais no fluxo de comércio exterior em função da onda protecionista desencadeada pelos EUA. A presença de Gianetti, renomado economista e estudioso de relações internacionais e do comércio exterior, objetiva ouvi-lo a respeito das suas percepções do cenário atual e prospectivo de modo a contribuir com o Comex para a identificação de oportunidades para a Bahia”, informa Reinaldo Sampaio, economista, empresário e presidente da Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais (ABIROCHAS).


*Com informações da assessoria de comunicação da Abaf

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