Convidado da reunião do Conselho de Comércio Exterior (Comex) da FIEB na última sexta-feira (10), o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, falou sobre o potencial exportador do país e a necessidade de agregar valor aos produtos nacionais.

Nos últimos 12 anos o Brasil saiu de 400 milhões de dólares em exportações para US$ 600 milhões. Para Viana, o país desacelerou neste período em relação a anos anteriores e tem uma capacidade muito maior para vender para mercados externos.

Ele defendeu que a criação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – Mdic pelo presidente Lula já é uma sinalização de que o governo vai se preocupar com agregação de valor aos produtos brasileiros. “O Brasil precisa ter mais manufaturados”, disse.

O presidente da ApexBrasil lembrou que, em 2022, dos 334 milhões de dólares que o país exportou, apenas US$ 27 mi foram do Nordeste, sendo a maior parte (US$ 14 milhões) da Bahia. “Os outros US$ 13 milhões vieram de outros oito estados. Sabemos do potencial do Norte e do Nordeste e teremos um olhar diferenciado para ajudar as regiões a avançarem nas exportações”, prometeu.

Em relação às principais dificuldades enfrentadas pelos empresários que buscam exportar – custo de transporte, burocracia, e quantidade de tributos -, Jorge Viana citou países com menos estrutura do que o Brasil, mas que exportam mais, até mesmo produtos tipicamente brasileiros, como castanha e cacau, entre os quais Bolívia, Gana, e Costa do Marfim.

Para ele, faltam políticas direcionadas a certos produtos e aos produtores, entre outras medidas. “Acredito que a Reforma Tributária precisa e irá simplificar o Custo Brasil. Mas também é necessário um bom entendimento entre o setor empresarial, governos locais e governo federal, para que haja uma articulação eficiente com foco nas exportações. No cenário atual, temos tudo para isso acontecer”, pontuou.

O presidente do Comex, Angelo Calmon de Sá Junior, ressaltou a necessidade de se investir em ferrovias e portos no Nordeste. “A indústria baiana e do NE precisa desses canais de escoamento de produção para fazer podermos impulsionar o comércio exterior”, frisou.