FIEB projeta desempenho positivo do PIB da Bahia para 2024
Previsão do Observatório da Indústria é de um crescimento do PIB industrial de 1,9% para 2024
A indústria baiana deve fechar o ano de 2024 com uma estimativa de crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), seguindo a mesma tendência de crescimento prevista para a indústria nacional, que é de um PIB de 2,5%. É o que revela o estudo “Estimativa do PIB Bahia 2024”, elaborado pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias da Bahia (FIEB).
Os dados apontam para um novo ciclo positivo de crescimento, resultado da elevação do índice de pessoas empregadas e o consequente aumento da massa salarial, fatores que favorecem, especialmente, a indústria de transformação e produção de bens de consumo.
“O país está entrando em um novo ciclo de crescimento, trazendo mais expectativa de desenvolvimento e abrindo caminho para que haja mudanças na redução das taxas de juros”, explica Carlos Danilo Peres, especialista em desenvolvimento industrial do Observatório da Indústria FIEB.
Os principais segmentos que impulsionam o PIB industrial na Bahia são a Indústria de Transformação, formada pelas indústrias de alimentos, têxtil, calçados, refino e minerais não metálicos, dentre outros, e a indústria Extrativa mineral, que deve superar um crescimento de 11,7% no ano.
IMPORTAÇÕES
Apesar das previsões positivas, alguns segmentos da indústria baiana, estão sofrendo efeitos da concorrência de produtos importados vindos da China a um preço mais baixo que o equivalente nacional. Caso a anomalia persista, explica Danilo Peres, poderá impactar negativamente alguns segmentos industriais.
“Estamos vivendo um surto de importações da China, gerando uma concorrência desequilibrada na oferta de determinados produtos e levando segmentos como a indústria de pneus a viver uma situação delicada”, explica.
Ele explica que, além do valor mais barato, o produto chinês está livre de regramentos legais que a indústria brasileira precisa seguir, tendo em vista que o país é signatário de normas internacionais, às quais a China não aderiu, e que impactam no preço final dos produtos.
Danilo lembra ainda que o impacto das importações é amplificado pela própria estrutura concentrada da indústria baiana em setores de capital intensivo como a Petroquímica, Refino, Celulose, Borracha e plásticos, que são as mais afetadas por estas importações. “Se tivermos sucesso no combate a estes surtos de importações podemos ter, no longo prazo, um crescimento mais robusto”, explica.