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31 de agosto de 2023

FIEB projeta crescimento de 1,5% para o PIB Baiano em 2023

Economia FIEB

Dado consta do estudo Estimativa do PIB da Bahia 2023, que analisa os dados econômicos do estado

Foto: Shutterstock

O Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia, que mede o volume de riquezas produzidas no estado, deverá crescer 1,5% neste ano de 2023.  O resultado positivo será puxado pelo setor de Serviços, que apresentará crescimento de 2,7%. Os outros dois setores da economia, Indústria e Agropecuária, deverão registrar perdas de 0,7% e 0,1%, respectivamente.

Considerando os últimos 10 anos, o PIB da Bahia registrou o menor desempenho, no comparativo com as principais economias do Nordeste. Com um acumulado de 2% de crescimento, fica atrás do Ceará (+3,3%) e de Pernambuco (+2,6%). No mesmo período, o indicador também deve fechar o ano abaixo das projeções feitas para a economia nacional, que são de um PIB de 4,5%.

O PIB per capita ratifica o fraco desempenho da economia baiana, com queda de 0,3% no mesmo período, um dado considerado preocupante, próximo de países como Cuba, Mongólia, Jamaica e Namíbia. A renda per capita na Bahia é 0,56% da média do Brasil, ocupando a 18ª posição entre os 27 estados da federação.

O diagnóstico está compilado no estudo Estimativa do PIB da Bahia 2023, realizado pela Gerência de Desenvolvimento Industrial (GDI), da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). Para o economista Carlos Danilo Peres Almeida, da Gerência de Estudos Técnicos da GDI, os números revelam que o desempenho dos últimos 10 anos atesta um período especialmente problemático para a economia baiana.

“Os dados e a análise do PIB indicam uma economia travada, com baixo dinamismo. É preciso analisar estes dados para avaliar quais são os problemas que estão impactando o desempenho da economia do estado e definir ações para atuar nas causas”, pontua. Em síntese, o estudo aponta que a evolução do PIB mostra crescimento zero. Como possíveis instrumentos para a busca de soluções, estudos como a Agenda do Setor Produtivo 2023 -2026, também produzida pela FIEB, apontam alguns caminhos.

OUÇA ANÁLISE DE DANILO PERES

Carlos Danilo Peres explica que o estudo de Estimativa do PIB da Bahia é realizado desde 2020. Faz parte dos esforços do setor industrial que busca ter seus próprios instrumentos de leitura do momento econômico para acompanhar o desempenho da economia do estado, com o intuito também de participar do conjunto de iniciativas institucionais que realiza estas estimativas, a exemplo do Governo do Estado e da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).

METODOLOGIA

Para chegar a estas projeções, a GET levou em consideração para cálculo do PIB da Bahia os panoramas econômicos nacional e internacional e os indicadores setoriais, além de equações econométricas e variáveis qualitativas. Dentre os indicadores econômicos: taxa de desemprego, massa salarial, taxa de inflação e taxa de juros.  

Em relação ao panorama internacional, no comparativo entre o período de janeiro a junho de 2022 e 2023, somando importações e exportações a balança comercial revela uma retração de 74,2% no período em questão. De acordo com o estudo, esta queda reflete quedas nas exportações/importações de óleo combustível soja e algodão.

Com base nas projeções de crescimento do PIB mundial para 2023 do Fundo Monetário Internacional (FMI), considerando os últimos dados divulgados em abril deste ano, houve uma retração em relação a 2022 em todo o mundo. Passou-se de um PIB de 3,4%, em 2022, para 2,8% em 2023. Para o mesmo período, a estimativa é de queda do PIB do comércio mundial, de 5,1% para 2,4%.

No monitoramento da produção industrial (PIM-PF, de maio de 2023), calculada pelo IBGE, as principais tendências para a Bahia 2023 são de baixa na produção dos segmentos Petroquímico, Celulose, Borrachas e Plásticos estabilidade na área de Refino; e de alta no segmento de Alimentos.

Juntos, estes grupos respondem por 75% do Valor de Transformação Industrial (VTI) da Bahia. Outros segmentos, como Metalurgia e Calçados também revelam uma tendência de aumento na produção, versus Bebidas, Minerais não-metálicos e máquinas, que devem registrar queda.

“É preciso analisar os dados e avaliar os problemas que estão impactando o desempenho da economia da Bahia e atuar nas causas”,

Danilo Peres, economista da GET/GDI da FIEB

Para o segmento da Construção Civil, um dos que mais empregam na Bahia, a tendência apontada pelo estudo da GET para o médio prazo, ou seja, final de 2023 e 2024 é positiva. Foram considerados a perspectiva de queda da taxa de juros, a retomada da habitação de interesse social com a retomada do Programa Minha Casa, Minha Vida e a expectativa de lançamentos dos programas de aceleração de obras públicas de infraestrutura pelo governo federal.

Na prática, o setor revela uma significativa queda no ritmo de geração de empregos, no comparativo com 2022, com um saldo positivo de cerca de 16 mil empregos gerados em 2022 e de apenas 4,4 mil em 2023.

VAREJO E SERVIÇOS

O estudo também contempla as expectativas em relação ao comércio varejista na Bahia com projeções um pouco melhores, no comparativo com 2022, que registrou uma queda de 6,7%. Para este ano, os dados de janeiro a maio são positivos (+6,2) e no acumulado dos 12 meses a perda é inferior à do ano passado: -3,8%.

Os fatores que justificam o desempenho do comércio varejista nos dois primeiros trimestres do ano são o crescimento do mercado de trabalho, aumento da massa salarial, queda da inflação, previsão de juros futuros em queda. Isso, na comparação com uma base deprimida relativa a 2022. A expectativa para o Valor Acrescentado Bruto (VAB) do comércio da Bahia para 2023 é de 1,3%.

O setor de serviços também foi considerado no cálculo da projeção do PIB para 2023. Na comparação com maio de 2023, o volume de serviços registrou uma variação percentual de 9,7%. No período de janeiro a maio de 2023, com relação a igual período de 2022, a variação foi de 7,8%.

Na Agropecuária, os preços das principais commodities baianas sofreram retração – soja (-7,6%), algodão (-9,4%), café (-6,4%) – à exceção do milho, que teve alta de 1,8%. No volume de safra deste ano, a queda foi de -3,3%. O resultado projetado com base nestes dados é de uma queda de 0,1% em 2023.

CONHEÇA OS ESTUDOS REALIZADOS PELA GERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL DA FIEB:

ESTIMATIVA DO PIB DA BAHIA 2023

AGENDA DO SETOR PRODUTUVO 2023-2024

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