FIEB avalia como positiva manutenção da curva de queda da Selic
Expectativa é de que a tendência se mantenha de forma a impactar na queda da taxa real de juros, ainda muito elevada
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de promover a terceira queda consecutiva na taxa de juros da economia, reduzindo a taxa Selic em 0,5 p.p, foi comemorada pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). A avaliação é de que o Copom está seguindo o caminho correto com a continuidade do processo de flexibilização da política monetária. No entanto, o ritmo de queda tem que ser mantido (ou mesmo ampliado), porque os juros ainda estão em patamares muito elevados e são incompatíveis para a retomada do crescimento mais acelerado.
Quando se considera a taxa real de juros, ela ainda está muito elevada. Descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses, que é de 3,92% (segundo o Banco Central), a taxa real de juros atual é de 8%. Este valor é exatamente o mesmo da taxa real da reunião anterior, quando a Selic estava em 12,75%. O valor atual ficou no mesmo patamar pelo efeito da queda das expectativas inflacionárias para os próximos 12 meses. Portanto, a redução da Selic seguiu as projeções de mercado e deve ser reduzida ainda mais, já que a taxa real de juros continua sendo uma das mais elevadas do mundo.
Ademais, a inflação nos últimos meses mostra-se controlada e alcançou 5,12% em 12 meses, até setembro deste ano. As projeções sinalizam queda ao longo do tempo, alcançando no final de 2024 o índice de 3,90%, situando-se abaixo do teto da meta de inflação (4,5%). Portanto, há espaço para maiores reduções da taxa Selic.
De acordo com o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, a flexibilização da política monetária é um passo importante para que o país retome a trajetória de crescimento, com a retomada dos investimentos e a geração de empregos e renda, que foram fortemente impactados nos últimos anos. “Assim, novos cortes de juros não são apenas desejáveis, mas imprescindíveis para que o processo de retomada do crescimento da economia seja consolidado”, arremata.