Estudantes do SESI simularam sessão Parlamentar na Câmara de Salvador
Iniciativa foi do Clube de Relações Internacionais da Escola SESI Reitor Miguel Calmon e envolveu estudantes de 13 a 17 anos que foram deputados por um dia
Um grupo de 37 estudantes do Clube de Relações Internacionais da Escola SESI Reitor Miguel Calmon participaram nesta quinta-feira, 28.11, de uma simulação parlamentar, na Câmara Municipal de Vereadores. A ação ocorreu no período da manhã, das 9 às 12h, quando os estudantes ocuparam o Plenário da Casa Legislativa Municipal.
A proposta foi levar os estudantes, que têm entre 13 e 17 anos, a vivenciarem o universo da prática parlamentar, simulando uma sessão da Câmara dos Deputados. O Clube de Relações Internacionais da escola tem 51 estudantes inscritos e destes, 37 participaram da simulação.
O desafio dos estudantes foi simular a aprovação de um projeto de lei sobre o tema “Limites para atuação das polícias civil e militar nas periferias das grandes metrópoles do Brasil”. A estudante Elody Cruz, aluna do 9º ano, representou no plenário a deputada Jandira Feghali (PcdoB). “A simulação foi uma experiência única. Sou uma mulher preta de periferia e esse tema sobre limites para a atuação policial mexeu muito comigo”, conta Elody, que testemunha a virulência policial de perto no seu dia a dia.
Ela acredita que precisa moldar a lei para que o futuro seja melhor. “Diversos jovens que morrem de bala perdida poderiam ajudar a construir a sociedade brasileira”, lembra a estudante, que já perdeu pessoas próximas na comunidade onde mora.
Para além da tomada de consciência sobre como usar os instrumentos da política para melhorar a sociedade, a experiência de participar do clube foi transformadora para Elody. “Isso te transforma como pessoa”, diz. Ela também destaca o aprendizado para trabalhar a linguagem formal e a preparação de documentos oficiais.
Para Gabriela Braga, aluna da 3ª série do ensino médio da mesma escola, o Clube de Relações Internacionais é umas das melhores opções extracurriculares que um colégio poderia oferecer. “É muito mais do que uma oportunidade de melhorar academicamente”. Para ela, “o CRI, de fato, molda líderes, protagonistas. O conhecimento e conteúdo que é trabalhado durante os debates, mocks e simulações da ONU transcendem este ambiente de sala de aula e acompanham nossos membros pela vida”, reforça. Gabriela explica que é uma pessoa completamente diferente do antes e depois de entrar no CRI.
Tutor do Clube de Relações Internacionais da Escola, o professor de História e Sociologia, Edmundo Silva explica que o clube “é um projeto da Organização das Nações Unidas (ONU) que busca estimular a cidadania ativa dos estudantes e desenvolver neles poder de persuasão, oratória e a argumentação”.
A ideia, explica o professor, é propor discussões que tenham por objetivo melhorar a vida do cidadão. As proposições elaboradas dos estudantes poderão inclusive ser sugeridas ao Legislativo.
DESENVOLVIMENTO
Para o professor, além de preparar os estudantes para exercitarem sua cidadania do ponto de vista pedagógico, é impressionante o quanto a participação no Clube promove o desenvolvimento de diversas habilidades dos alunos.
Com a atividade, que acontece no turno oposto das aulas, é perceptível o desenvolvimento da argumentação e da fluência escrita dos estudantes, que costumam passar em torno de quatro anos na iniciativa. “Verificamos os reflexos do alto desempenho nas provas do ENEM”, detalha, sem falar na desenvoltura que eles adquirem para falar em público, utilizar a linguagem formal e ampliar o conhecimento sobre diversidade cultural.
“Como professor de sociologia observo que a sociedade tem um distanciamento muito grande do Poder Legislativo e não percebe que o executivo não atua sozinho. Com as simulações, os estudantes têm um melhor conhecimento de como o Legislativo atua”, acrescenta.
As simulações começaram no dia 21.11, totalizando seis horas de prática. No plenário, os estudantes simularam parlamentares da vida real, seguindo suas ideologias e modo de atuação.