Escolas discutem caminhos para a questão da violência nas escolas
Com a presença de especialistas e educadores, escolas se reuniram para tratar do tema que tem preocupado a sociedade
Como lidar com o crescimento da violência no ambiente das escolas? Quais são os caminhos para o enfrentamento desta realidade? O que já vem sendo feito? Perguntas como esta marcaram a Roda de Conversa – Caminhos para promoção da convivência e enfrentamento das violências nas Escolas que reuniu, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), três especialistas no tema para uma conversa com educadores, gestores escolares, pais e estudantes.
A iniciativa mobilizou a Rede SESI de Educação, os colégios Antônio Vieira, Oficina e Cândido Portinari e a Escola Casa da Infância, com o apoio do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinepe-BA).
Danila di Pietro destacou que nos dois últimos anos houve um aumento da incidência da violência nas escolas no Brasil. Pedagoga e licenciada em Letras, Danila é pesquisadora da área de Psicologia Moral e integra o Grupo de Estudos sobre Educação Moral (Gepem), vinculado à Unesp/Unifesp/Unicamp que há mais de 20 anos se debruça sobre este tema. Segundo ela, a questão da violência na escola é um problema complexo e multifatorial, que envolve vários setores da sociedade civil, da rede de proteção e a escola. “Quando a gente pensa o que a escola pode fazer, ela pode se tornar ambiente humanizado. Ela pode e deve encampar a ideia da educação integral, considerando que o papel dela não é só ensinar português ou matemática, mas ajudar na formação de caráter também”.
César Amaral Nunes, também integrante do Gepem e pesquisador na Unicamp, participa de dois grupos de pesquisa na área e na avaliação dele, a solução passa por ações coletivas. Ele destacou a importância de eventos como a Roda de Conversa no sentido de criar condições e uma rede de apoio, colaboração, aprendizagem e transformação. “Quando você junta um coletivo, você pode resgatar essa ideia de que nós podemos nos empoderarmos para lidar com tudo isso”, destaca.
Representante da área jurídica, Fabian Maia destacou que “de forma geral, os métodos tradicionais de solução do conflito e resolução do conflito não têm sido suficientes para tratar todas as diversas situações”, daí a importância de se buscar alternativas. Ele também aposta no diálogo e no coletivo coo soluções possíveis.
Representante do Conselho Estadual de Educação no evento, Nildon Pitombo defende que o tema seja cada vez mais discutido pela sociedade e que, em paralelo, se fomente uma cultura de paz.
A representante da Casa da Infância, Marília Dourado, elogiou a iniciativa. “Para mim é um evento de grande importância porque ele é fruto do diálogo entre instituições e nós acreditamos que no mundo atual nós precisamos estar em diálogo e construindo coletivamente em torno de um debate que é central para a sociedade”, destaca.
Cléssia Lobo, superintendente executiva de Educação e Cultura do SESI Bahia lembrou que fazer educação é cada vez mais buscar conexões de rede com especialistas, com educadores, os pais e os alunos. “Que nesse trabalho coletivo de cooperação possamos fazer efetivas mudanças nos nossos estudantes, na sociedade atual e futuro”, disse. A expectativa do SESI é de que novos debates como este possam voltar a acontecer, ampliando a participação de novas redes de educação e escolas.