Equipes do SESI Bahia premiadas no Festival SESI de Robótica
Duas equipes baianas conquistaram premiações no evento nacional de robótica na categoria avançada First Tech Challenge (FTC)
As equipes Hydra e XMachine, ambas da categoria First Tech Challenge (FTC), retornaram do Festival Nacional SESI de Robótica com duas premiações. A Hydra conquistou o Prêmio de Conexão e a XMachine, o Prêmio de Inovação da temporada, ambas ficaram com o 2º lugar. A disputa teve 55 equipes inscritas de todo o Brasil.
O evento encerrou neste final de semana e reuniu na Arena BRB Mané Garrincha, em Brasília, entre 15 e 18 de março, 1.937 competidores e mais de 46,6 mil visitantes. A Bahia participou do evento com seis equipes, com representantes em todas as modalidades: FIRST LEGO League (FLL), FIRST Tech Challenge (FTC), FIRST Robotics Competition (FRC) e F1 in Schools.
PRÊMIO DE INOVAÇÃO
João Vitor Campos, 17, projetista e engenheiro da equipe XMachine, explica que a equipe conquistou o Prêmio de Inovação no Festival SESI de Robótica graças ao desenvolvimento de uma solução tecnológica que garante mais estabilidade ao robô no deslocamento e precisão no cumprimento da missão para o qual foi programado.
“Desenvolvemos furos ajustáveis para tensionar as correntes dos motores e isso fez diferença no desempenho do robô na arena e na locomoção. Nenhum robô do torneio trouxe uma inovação parecida”, detalha. João explica que com as correntes folgadas há perda de precisão do motor.
Cursando o quarto ano do ensino médio SESI/SENAI, João comemora sua despedida dos torneios de robótica com esta conquista. “Toda premiação e conquista é um reconhecimento para a equipe, para a vida pessoal e para as pessoas envolvidas. Vou carregar isso para a vida. Fico lisonjeado de fazer parte desta história. Vou carregar com carinho na minha visa este reconhecimento nacional em uma premiação”, declara.
Membro da XMachine há dois anos, o estudante, que cursa mecânica industrial no SENAI, não pretende se afastar das competições. Ele, que começou a competir na robótica ainda no ensino fundamental, na Escola SESI de Candeias, há 7 anos, agora pretende dar continuidade a esta paixão como mentor para as novas equipes ou como juiz.
PRÊMIO CONEXÃO
Quem também ficou estimulado com a conquista da equipe Hydra/FTC, no Festival SESI de Robótica, foi João Vítor Tavares, 16 anos, aluno do 3º ano do ensino médio da Escola SESI Djalma Pessoa. A Hydra recebeu o Prêmio Conexão. Segundo ele, que participou pela segunda vez do torneio nacional, as equipes são avaliadas pela capacidade de formar novas conexões a partir da robótica. Para isso, precisam preparar um portfólio detalhando e documentando as ações realizadas e os resultados obtidos, incluindo as formas de interação e troca de conhecimento com outras equipes.
No caso da equipe Hydra, a conexão foi transatlântica e conectou a Bahia a Moçambique. João conta que a equipe participou de um seminário virtual e apresentou o trabalho da equipe para estudantes de graduação e engenharia da Universidade de Púnguè. Na oportunidade, eles compartilharam os princípios e a filosofia por trás da Liga SESI Robótica bem como os conhecimentos acumulados nas competições e no dia a dia das atividades realizadas na escola.
João Tavares, que é responsável na equipe pelo trabalho de construtor/modelador cadista na equipe, torce para que este trabalho, ainda em fase embrionária, avance numa parceria mais sólida do SESI com a universidade.
Ele explica em que consiste o Prêmio Conexão e como é a avaliação: “Devemos detalhar no nosso portfólio as estratégias para abordar outras equipes e como aprender mais sobre engenharia e outras áreas. É preciso documentar tudo isso, detalhando as metas e o que alcançamos”, explica.
A iniciativa de promover esta interação entre as equipes e com a sociedade faz parte da filosofia da FIRST, idealizadora internacional dos torneios de robótica educacional. “Temos que ser embaixadores da FIRST e levar os valores da robótica para as pessoas que são: o trabalho em equipe, compartilhamento de aprendizados e colaboração”, sintetiza.
João destaca a importância para ele de ter conhecido a robótica. “A robótica me ajudou a trabalhar a timidez, superar a dificuldade de falar em público e para isso, contei com a ajuda das equipes que participei”, conta. Ele destaca o lema da equipe que diz: “Sozinhos somos rápidos, mas juntos somos team Hydra”, que sintetiza o espírito da equipe e que está por trás do título conquistado.
ESTREIA NO FRC
Também aluna do 3º ano da Escola SESI Djalma Pessoa, Gabrielle Ferreira de Souza Carvalho, de 17 anos, participou do festival nacional como integrante da Hydra na modalidade mais avançada de robótica, a FIRST Robotics Competitions (FRC), que explora robôs de grande porte. Foi a primeira vez que a competição foi realizada no Brasil e a equipe Hydra/FRC foi a única representante da Bahia na modalidade.
Responsável pelas ações sociais da equipe, Gabrielle conta como foi a experiência. “No evento, o nível é muito alto e me orgulhei de representar a Bahia. As habilidades que adquiri vão servir muito para minha vida profissional”, explica a estudante, que, após a conclusão do ensino médio, pretende continuar na robótica como mentora.
O técnico da equipe na FRC, Misael Cruz, destaca que para a equipe Hydra/FRC, participar da primeira competição oficial da modalidade foi muito especial. “Conseguimos compartilhar nossas experiências com equipes de outros estados e as veteranas e trouxemos na bagagem novas ideias, a partir de observações sobre tecnologia e métodos de gerenciamento, por exemplo. Na próxima edição, estaremos mais fortes e competitivos”, aposta.
CONVITE
Técnico da Hydra, na modalidade FTC, o professor Jackson Amorim lembra que o desafio da FTC é fazer com que os estudantes projetem, construam e programem um robô de serviço que seja capaz de realizar tarefas dentro de uma arena, em 2 minutos e meio, de forma autônoma e teleoperada. Essa categoria também convida os estudantes a serem profissionais júnior, pois precisam captar recursos para sustentabilidade da equipe.
Já ansioso pelo anúncio do próximo tema da temporada, Jackson aproveita para convidar os estudantes a entrarem para as equipes de robótica do SESI. O SESI oferece opções de robótica para estudantes do ensino fundamental, a partir dos 9 anos. Nas categorias mais avançadas, a idade muda, passa a ser dos 14 aos 18 anos e o estudante precisa estar no ensino médio. “Para participar, não precisa saber somente sobre robôs, basta ser comprometido, participar ativamente dos processos da equipe e se divertir com a gente. Até porque o campeonato não é só sobre robô, é sobre como ganhamos aprendendo. Gracious Professionalism! Hey!”, finaliza.
O SESI é o operador oficial das competições de robótica no Brasil e na Bahia. Além da Liga SESI Robótica, composta pelos alunos das escolas do SESI de toda a Bahia, as competições são abertas a toda escola interessada em participar, seja da rede pública ou particular. O SESI também incentiva a participação de grupos de garagem e apoia equipes de escolas públicas a aderirem ao universo da robótica.
As escolas, públicas e particulares, bem como os grupos de garagem interessados em obter mais informações devem procurar a Escola SESI pelo email: roboticasescolasesi@fieb.org.br.