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8 de setembro de 2022

“Sempre acreditei que pequenas ações geram grandes resultados”

FIEB Indústria Sindicatos
O gaúcho Hari Hartmann tornou-se o mais novo Cidadão Baiano Foto: GCI/FIEB

Hari Hartmann, presidente do Sindicato da Indústria de Vestuário do Estado da Bahia (Sindvest Bahia), chegou à Bahia no verão de 1986. A porta de entrada foi Campo Formoso, onde ele veio trabalhar como geólogo júnior, na mineração da Comisa, empresa do grupo Bayer do Brasil. Da geologia para a indústria de vestuário, a transição foi-se dando aos poucos. O primeiro passo foi logo no seu segundo ano de Bahia, quando conheceu Imelda, que viria a se tornar sua esposa e sócia na Polo Salvador. Juntos, eles construíram uma empresa de destaque no mercado baiano em inovação e sustentabilidade, sediada no bairro do Uruguai, no Condomínio Bahia Têxtil, um modelo inovador de atuação industrial, do qual Hari Hartmann foi um dos idealizadores.

Foi com esta história, construída ao longo de três décadas na Bahia que, no dia 19 de agosto, o gaúcho Hari Hartmann tornou-se o mais novo Cidadão Baiano, título concedido pela Assembleia Legislativa da Bahia, por iniciativa da deputada Olívia Santana. Nesta entrevista, ele conta como recebeu a homenagem e fala sobre sua atuação empresarial e os princípios que direcionam sua atuação empresarial e também à frente do sindicato da indústria que representa.

O senhor pode detalhar como surgiu a Polo Salvador?

Um ano após minha chegada à Bahia, em 1987, conheci Imelda, esposa e sócia, que inicialmente vendia artigos do vestuário de forma aleatória, trazidos do Sul e Sudeste. Montamos uma lojinha e depois formamos uma sociedade com uma parceira que tinha expertise em fabricar roupas. Começamos a pequena indústria de vestuário em Salvador, numa casa na Boca do Rio, que serviu durante algum tempo de casa, loja e Indústria. Enquanto isso, continuei trabalhando e residindo em Campo Formoso.

O negócio deu certo e em 1995, me aliei às duas sócias e mudamos a fábrica para a Avenida Sete de Setembro. Alguns anos depois, mudamos para Rua do Uruguay, na Cidade Baixa. Em paralelo, ainda continuava prestando consultorias em Geologia para completar a renda.

“Eu sou muito feliz aqui e receber esse título foi uma honra. É uma homologação formal do que eu já era de coração”.

O senhor faz parte do Sindicato da Indústria de Vestuário. Como começou a sua atuação no campo do associativismo empresarial?

No final de década de 1990, nos associamos ao Sindicato do Vestuário e, no início dos anos 2000, comecei a participar de forma ativa da atividade sindical, me tornando presidente do Sindvest entre 2006 e 2008. Nesse período busquei também uma aproximação com a entidade nacional, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), sendo nomeado Conselheiro da mesma também em 2006. Integrar a base sindical é uma necessidade para quem tem um mínimo de visão de negócios. A empresa não sobrevive sozinha, especialmente as micro e pequenas empresas, micro e pequenas indústrias. Precisam de informações, rede de contatos, parcerias e alianças estratégicas. É no sindicato, na ABIT e na FIEB que isso é possível.

O senhor acaba de receber o título de Cidadão Baiano. Qual o significado deste reconhecimento para o senhor?

A Bahia me reconheceu como seu filho e me adotou. Eu sou muito feliz aqui e receber esse título foi uma honra, não apenas para mim, mas para minha família. O título é um reconhecimento, uma homologação formal do que eu já era de coração. A satisfação é, inclusive, como ser humano e profissional, porque a sociedade reconhece nosso trabalho pelo Brasil representando a Bahia, o nosso esforço em somar, especialmente, com foco total no associativismo e no cuidado com o meio ambiente, o que é muito importante e valioso para nós.

Na sua trajetória, o que para o senhor é motivo de orgulho?

Os aspectos que considero relevantes e me orgulham muito pelo resultado conjunto são o fato de ser cofundador do Condomínio Bahia Têxtil, de ser um incansável defensor do aperfeiçoamento e qualificação constantes, tanto em gestão como no chão de fábrica e de inspirar outros empresários quanto à necessidade da modernização das fábricas. Também julgo de extrema importância assegurar a produtividade dos nossos negócios.

“Trabalhamos para criar ambientes mais humanos e desenvolver líderes de “de dentro para fora”, valorizando a força de trabalho da nossa empresa”.

O senhor sempre investiu em inovação, qual o retorno por ter feito esta opção?

A inovação nos rendeu diversas certificações e premiações, bem como alguns prêmios, como o FIEB Indústria Baiana Sustentável, IPTU Verde, concedido pela Prefeitura de Salvador, certificação Zero Energy, concedida pela internacional GBC e a de primeira Camisa Polo Carbono Zero do Brasil, concedida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Neste último, foi devido à compensação da produção do gás carbônico (CO2) que é lançado ao meio ambiente durante a produção. Também conquistamos a Medalha do Mérito concedida pela ABIT, na categoria Inovação e Sustentabilidade, ao lado da Malwee e da Vicunha Têxtil.

Enquanto empresário, no que o senhor mais acredita?

Sempre acreditei que pequenas ações podem gerar grandes resultados. Nosso olhar está voltado para o meio ambiente e para as pessoas. Por isso, trabalhamos para criar ambientes mais humanos e desenvolver líderes de “de dentro para fora”, valorizando a força de trabalho da nossa empresa.

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