Encontro sobre Energias Renováveis discute potencial, regulação, pesquisa e financiamento
A Bahia tem as condições naturais para estar no centro do processo de transição energética no país e, por isso, Salvador sediou, nesta sexta-feira (15), o Encontro Baiano dos Municípios Produtores de Energias Renováveis, que reuniu gestores da administração pública, especialistas, ambientalistas, membros de organizações sociais e empresários do setor.
De acordo com o vice-governador Geraldo Júnior, que participou da abertura do encontro, a Bahia terá condições de produzir 60 milhões de toneladas de Hidrogênio Verde para o país. Em função disso, serão necessários criar mecanismos de financiamento incentivo para o desenvolvimento tecnológico para esta produção.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Angelo Almeida, o cenário da transição energética e “vocação natural” do estado cria uma oportunidade “de grande avanço civilizatório e humanitário, aproveitando a riqueza dos ventos e a força solar da Bahia, com a ajuda da ciência”. Almeida contou que parte de sua equipe já se aprofunda no tema, fazendo uma pós-graduação no SENAI Cimatec sobre energias renováveis.
O secretário de Ciência e Tecnologia do estado, André Joazeiro, afirmou que as possibilidades são inúmeras com as frentes de pesquisa que se abrem com as energias verdes e renováveis no estado, algo que pode mudar a realidade do Semiárido. Porém, ele destacou que, apesar do entusiasmo, há muito trabalho a ser feito e os desafios são enormes. No caso do Hidrogênio Verde, ainda é preciso “botar de pé uma tecnologia viável, comercial. para produzir em escala e num preço de mercado”, lembrou. Na ocasião, Joazeiro anunciou a criação de um centro tecnológico voltado para a transição energética, em Camaçari, em parceria com a UFBA em Camaçari
Marco Legal – A iniciativa do evento foi da Comissão Especial de Estudos para Transição Energética e Hidrogênio Verde da Câmara dos Deputados, coordenada pelo deputado federal Bacelar (PV/BA). “A Comissão tem desenvolvido um trabalho diligente na busca pela construção de um marco legal abrangente para este setor. O tema é de extremo interessa da Bahia, que hoje já é líder nacional em produção de energia eólica, com cerca de 250 parques instalados no estado”, afirmou Bacelar.
Presente na abertura do evento, o presidente em exercício da FIEB, Carlos Henrique Passos, destacou que “essa busca pela regulamentação é fundamental para que haja a segurança jurídica necessária para que se possa aproveitar a oportunidade histórica para a Bahia e o Nordeste”.
Passos enfatizou que a produção de energia renovável é um pilar estratégico no processo de transição energética, e citou o centro de pesquisa e desenvolvimento Cimatec como um parceiro natural na construção de projetos para avançar na área.