Tecle ENTER para pesquisar ou ESC para sair

NOTÍCIAS

19 de setembro de 2024

Crise climática: Vice-presidente da CNI propõe ações por parte do setor privado

CNI FIEB Sustentabilidade
Evento reuniu juristas, gestores públicos e empresários para discutirem os eventos climáticos extremos. Fotos: Tiago Junior /Ascom Sema.

O vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que também é presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade da instituição, Marcelo Thomé, defendeu, no I Fórum de Mudanças Climáticas do Norte/Nordeste, realizado nesta quinta-feira (19), na FIEB, que é hora de o setor privado colaborar com ações no enfrentamento à crise climática.

O evento, promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil, reuniu juristas, gestores públicos e empresários para discutirem os eventos climáticos extremos, alternativas para a descarbonização e para a transição energética no Nordeste e Norte do país.

“A agenda política define metas, mas a agenda de implementação e o financiamento das ações é de responsabilidade privada, e esses elos ainda não conversam no Brasil. Não podemos mais ficar só cobrando ações do governo, temos que colaborar com as soluções”, disparou Marcelo Thomé.

O vice-presidente da CNI também falou que os prejuízos causados pela emergência climática são vultosos e que é hora do setor produtivo ter conhecimento real sobre eles. Ele anunciou que, em breve, o Observatório Nacional da Indústria da CNI, vai disponibilizar uma espécie de calculadora, um sistema em que é possível fazer essas contas, para que se quantifiquem as perdas econômicas.  

Na ocasião, o secretário do Meio Ambiente do Estado, Eduardo Sodré, apresentou algumas das ações realizadas pelo governo baiano, com destaque para a mitigação dos efeitos da estiagem e controle dos incêndios.  “O mês de setembro, para a Bahia, é um período crítico, mas estamos conseguindo combater da melhor forma. A gente está atendendo algo em torno de 100 municípios, temos um balanço diário junto ao Corpo de Bombeiros, mas nada fora de controle, bem localizado ainda na região oeste, no Bioma Cerrado”, disse o titular.

A presidente da OAB-BA, Daniela Borges, ressaltou as respostas para a emergência climática precisam ser construídas de forma coletiva, exatamente a que se propõe o Fórum.  “Nossa preocupação, da OAB da Bahia, é a solução com diversos atores, do setor público, setor privado, sociedade civil, organizações civis, porque a gente tem a convicção de que as soluções passam por pensar, também, de forma coletiva”, avaliou.

O presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, enfatizou que a indústria trata a questão de forma séria e que o setor está convencido de que a crise climática é uma realidade. No entanto, ele chamou a atenção para a desigualdade entre exigências legais e de mercado dos países que gera a perda da competitividade da indústria nacional.

“Sabemos que o que acontece num país afeta outras partes do planeta, mas não podemos aceitar, por exemplo, que produtos que não cumprem normas ambientais e são mais baratos entrem no país concorrendo com os produtos brasileiros, que seguem todas as regras”, defendeu.

Ele lembrou que o Brasil é um dos países de matriz energética mais limpas do mundo, com uma legislação ambiental das mais completas, e que deve ter isso como ativo nacional.

Notícias relacionadas