Robótica: competição reúne estudantes de sete cidades
O ginásio da Escola SESI Djalma Pessoa, em Piatã, foi palco de uma competição diferente neste sábado, 27.08. Mais de 100 estudantes baianos, com idades entre 11 e 19 anos, participaram da etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), que voltou à modalidade presencial, após dois anos de pandemia. Coordenado pelo Serviço Social da Indústria – SESI Bahia, o evento contou com o apoio da Empresa Salvador Turismo (Saltur).
“A retomada do evento presencial me surpreendeu. As equipes estavam muito ansiosas para participar do evento presencial. Neste ano trouxemos mais dificuldades nas arenas, como a gangorra, e as equipes executaram bem”, pontuou o coordenador da OBR na Bahia, Fernando Didier.
No total, 34 equipes participaram da competição, divididas em duas categorias: a N1, com alunos do ensino fundamental II (do 6º ao 8º ano) e a N2, com alunos do 9º ano do ensino fundamental, ensino médio e do ensino técnico. Como desafio, eles tiveram que programar robôs para realizar, de forma autônoma, o resgate de vítimas de um desastre.
Pela primeira vez na competição, a equipe Flash Light, do Colégio Estadual Mestre Paulo dos Anjos, levou aprendizado para as próximas competições. “Não tivemos o desempenho que esperávamos, mas evoluímos bastante. Percebemos que precisamos investir em mais sensores e trabalhar na programação”, comentou Arley Lima.
Neste ano, a etapa estadual da OBR reuniu estudantes dos municípios de Cachoeira, Feira de Santana, Irecê, Lauro de Freitas, Salvador, Simões Filho e Vitória da Conquista. Para os alunos do IFBA – Campus Irecê, que enfrentaram sete horas de viagem para participar da competição com as equipes Sertaocop I e II, a experiência foi enriquecedora. “Tivemos pouco tempo para montar e programar o robô, mas essa vivência aqui foi muito interessante, pois tivemos a oportunidade de conversar e trocar conhecimento com outros estudantes”, avalia Ana Luiza Saraiva.
Essa foi a primeira vez que uma equipe do IFBA – Campus Irecê competiu na OBR. Monitor de robótica na instituição, Kelven Anjos destaca que o grupo vai disseminar o conhecimento adquirido. “Nem todas as escolas da nossa região têm acesso à robótica. Temos um projeto para incentivar estudantes do ensino fundamental a terem esse contato”, conta.
Já a equipe CORA, da Escola SESI Reitor Miguel Calmon, surgiu com o objetivo de incentivar a participação feminina na robótica. A ideia da estudante Raíssa Oliveira deu certo e, atualmente, 11 meninas fazem parte da equipe. Na OBR elas foram representadas por Jéssica Assunção, Zurlane Ribeiro, Cibele Vale e Sofia Vale. “A gente percebeu que as equipes são formadas majoritariamente por meninos e decidimos formar a equipe para que as meninas percebam que também podem fazer parte deste universo”, explica Sofia Vale.
Etapa nacional
O SESI realiza a etapa estadual da OBR desde 2015. Além de incentivar e divulgar a robótica no Brasil, a OBR tem como objetivos estimular os jovens a ingressarem em carreiras científico-tecnológicas, identificar jovens talentosos, e promover debates e atualizações no processo de ensino-aprendizagem brasileiro.
“Ao participar de um evento como esse, os alunos começam a entender que a ciência é muito mais do que tirar uma nota alta. É transformar conhecimento em algo prático. A robótica dá acessibilidade a um universo da ciência e proporciona que eles apliquem na prática conteúdos de diferentes áreas do conhecimento”, ressalta o gerente de Educação Científica e Tecnológica do SESI Bahia, Fernando Moutinho.
As equipes vencedoras no estadual vão representar a Bahia na etapa nacional da Olimpíada, que acontecerá no campus da FEI, em São Bernardo do Campo, São Paulo, no período de 17 a 22 de outubro, quando também serão realizadas a Competição Brasileira de Robótica e a Mostra Nacional de Robótica.
Em todo o Brasil, cerca de 5 mil estudantes e 1.200 equipes se inscreveram para as disputas na modalidade prática nas etapas estaduais da OBR. “A maior parte das equipes inscritas são novas. Estamos contentes de estar recebendo essa nova geração de estudantes e a expectativa é que com a retomada dos eventos presenciais a gente volte a incentivar os estudos da robótica e atrair cada vez mais estudantes”, pontuou Patrícia Vergara, da coordenação nacional da OBR.