Bahia pode liderar descarbonização com atração de investimentos
Setor produtivo tem como expectativa política industrial mais moderna e ações transversais que beneficiem toda a sociedade.
Eleito o próximo governador da Bahia, após as eleições transcorridas no último dia 30 de outubro, o ex-secretário de educação Jerônimo Rodrigues vai precisar trabalhar os componentes de competitividade do estado para superar questões essenciais ao processo de crescimento.
No entendimento dos empresários da indústria baiana, o próximo gestor terá de priorizar políticas amplas, em vez de ações pulverizadas pontuais, que beneficiarão o setor, o qual vem sofrendo com seguidas crises econômicas, incluindo os efeitos da pandemia.
A indústria tem perdido participação no PIB estadual e o cenário se mostra desafiador. “A Bahia enfrenta dificuldades para atrair investimentos e, ao mesmo tempo, passa por um franco processo de desindustrialização. Ao nosso ver, o estado precisa de uma política industrial que promova mudanças nos campos da infraestrutura, educação, ambiente de negócios, entre outros”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia – FIEB, Ricardo Alban.
Em conjunto com FAEB – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia, a Federação do Comércio do Estado da Bahia – Fecomércio-BA, e a Federação das Empresas de Transportes dos Estados da Bahia e Sergipe – FETRABASE, a FIEB elaborou uma série de sugestões de políticas e ações com o espírito de contribuir para o desenvolvimento sustentável do estado.
As propostas estão reunidas no documento Agenda do Setor produtivo Baiano 2023-2026, que foi entregue ao então candidato Jerônimo Rodrigues. Alguns dos principais pontos estão elencados aqui:
Retomada do planejamento
O estado deve apostar num novo plano de desenvolvimento industrial de caráter plurianual, capaz de articular as esferas públicas e privada, potencializando vantagens competitivas, atraindo investimentos, melhorando os padrões educacionais e apostando em tecnologia, inovação e pesquisa.
É fundamental ampliar o fornecimento de energia, água e saneamento, assim como a expandir a malha viária e os modais de transporte para o escoamento da produção, melhorando as condições de infraestrutura do estado.
Outra ação de extrema importância é a aceleração do cronograma de investimentos nos nossos distritos industriais, com recursos liberados do FUNEDIC, garantindo condições mínimas de competitividade às empresas instaladas.
Segurança jurídica e ambiente de negócios
Os empresários e a sociedade precisam ter mais segurança pública, menos burocracia e um ambiente propício à geração de negócios. Neste sentido, é fundamental que o governo do estado apoie a instituição do Código de Defesa do Contribuinte, que já tramita na Assembleia Legislativa.
Outro ponto fundamental é a modernização da gestão ambiental, com o aperfeiçoamento de leis e regulamentos, a consolidação uma base de informações ambientais e de recursos hídricos, além de mecanismos que agilizem os processos de licenciamento.
Nosso estado tem as condições naturais para estar à frente na transição energética da indústria para a descarbonização e, no próximo ano sairá na frente com a primeira fábrica de Hidrogênio Verde em operação no país.
Educação como vetor de crescimento
Para aproximar a Bahia dos principais estados brasileiros em educação, faz-se necessário aprimorar o sistema de gestão da área, e investir na infraestrutura física das escolas e nos profissionais que atuam na área educacional, valorizando-os.
O estado precisa avançar na formação profissional e na capacitação dos docentes para a implementação efetiva do novo ensino médio, assim como melhorar o sistema de avaliação dos docentes.
A FIEB reitera sua disposição em cooperar e dialogar com todas as esferas de poder, e se compromete a ser participativa com a próxima gestão. A organização mantém seu compromisso de continuar apoiando as empresas industriais da Bahia, contribuindo com o desenvolvimento do estado e da sociedade.