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12 de março de 2025

ARTIGO: Novo capítulo para a logística baiana

Artigo FIEB Indústria Infraestrutura
Foto Marília Sena/Agência Infra

Por Carlos Henrique Passos, presidente da FIEB*

A Bahia tem a oportunidade de se tornar ponto estratégico para o transporte de cargas no país, com a perspectiva do processo de concessão unificada e da criação de interconexão entre as ferrovias de Integração Oeste-Leste (FIOL) e Centro-Oeste (FICO), trazendo vantagens operacionais e logísticas significativas.

A concessão das duas ferrovias em um único leilão representa um avanço. Trata-se de viabilizar um corredor ferroviário eficiente de 2.400 km de extensão para escoamento de grãos e de minério de ferro, conectando o Mato Grosso ao litoral da Bahia, ou seja, o Centro-Oeste ao Porto Sul, permitindo a continuidade operacional da FIOL com a FICO.

Um marco desse processo são as audiências públicas que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) realiza nos dias 11, 12 e 14 de março, em Brasília, Salvador e Cuiabá, respectivamente, a fim de discutir a proposta com a sociedade, os setores impactados e interessados. Para a Bahia, a audiência pública ganha relevância já que o traçado favorece a interligação, no futuro, com o Pacífico.

Na pauta da audiência pública desta quarta-feira, o entroncamento entre a FICO e a FIOL em Mara Rosa, Goiás, proposta importante, tendo em vista três aspectos destacados a seguir. Primeiro, maior integração ferroviária: Mara Rosa já é um ponto de conexão consolidado com a Ferrovia Norte-Sul, permitindo a continuidade operacional com a FICO.

Segundo aspecto, a otimização do traçado com redução de custos e prazos para implementação, uma vez que Mara Rosa exige menos intervenções estruturais. O terceiro aspecto é a atração de investidores. Um traçado mais eficiente e melhor estruturado aumenta a viabilidade econômica da concessão, ao evitar o pagamento de direito de passagem na utilização da Norte-Sul, conforme constava no traçado original, que levava a Figueirópolis (TO).

A proposta pode tornar o Estado um destino competitivo para escoamento das cargas do oeste baiano e do Centro-Oeste brasileiro. O desafio é avançar na finalização das obras dos trechos 1 e 2 da FIOL e do Porto Sul, em Ilhéus, pondo fim a uma demanda histórica do Estado por integração dos modais ferroviário e portuário.

Convém ainda destacar, para a Bahia, o papel da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) enquanto eixo estruturante do transporte de cargas. O entroncamento da FIOL com a FCA ampliará a movimentação de cargas para o Nordeste e a integração com os portos da Baía de Todos-os-Santos – Aratu e Salvador. Estamos diante de um novo capítulo na história da infraestrutura e da logística baianas, com grandes chances de posicionar o Estado como eixo estratégico da malha ferroviária nacional.

*Artigo publicado originalmente na edição de 11.03.2025 do Jornal A Tarde

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